sexta-feira, 7 de maio de 2010

Seca Verde: Agricultores podem pedir Garantia-safra por perda de produção


Uma das medidas que os agricultores podem adotar para minimizar as perdas de produção agrícola decorrentes da seca verde é recorrer ao Garantia-Safra, programa do Governo que beneficia mais de 8 mil produtores.

A informação é do titular da pasta da Agricultura no Rio Grande do Norte, Francisco Chagas. Segundo ele, este ano nenhum município pediu o benefício ainda, mas manifestações são esperadas para breve. Acontece que o inverno ainda não acabou e, portanto, eles ainda têm esperança de colher.

De acordo com o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetarn), Ambrósio Lins, este sentimento não tem tanta razão de existir. Ele afirma que, de todas as regiões do estado, apenas no Agreste ainda há possibilidade de colheita. Ainda assim, a probabilidade é pequena.

Neste contexto, o seguro safra provê uma quantia de R$ 600 para que os agricultores possam prover sua família durante os tempos sem produção. Este valor é entregue em quatro parcelas de R$ 150. Só podem receber o benefício, no entanto, aqueles que pagaram por ele até o último dia de março deste ano – época que antecede o período chuvoso.

No pagamento anual, apenas R$ 6 são de responsabilidade do produtor rural. Do montante, a Prefeitura do município no qual está situada a propriedade tem de arcar com R$ 16 e o Estado, com R$ 36. O restante, por sua vez, fica ao encargo do Governo Federal.

Antes de declarar perda da lavoura, contudo, os agricultores estão tentando salvar suas plantações. Muitos deles já encomendaram carros-pipa à coordenação da Defesa Civil Nacional, em Brasília – como é o caso de Assu. A assessoria da Prefeitura do município garante que Angicos, Ipanguaçu e Lajes encontram-se na mesma situação.

Aqueles que não obtiverem sucesso, poderão, então, procurar o Auxílio-safra na Emater de seu distrito, órgão de assistência técnica e extensão rural. O secretário Francisco Chagas, os pedidos devem começar ao avançar do mês de maio, quando termina o período chuvoso.

No cenário de seca verde, este pode ser um grande benefício para o agricultor. Isto porque, segundo a Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN (Emparn), os próximos meses também não são otimistas para a colheita. Em declaração ao portal Nominuto.com, o meteorologista Gilmar Bistrot, da Emparn, assumiu que de junho a janeiro, as chuvas devem ser escassas.

Seca Verde

A seca verde é um fenômeno que, este ano, começou a assolar o interior do Rio Grande do Norte. Ela ocorre quando o déficit pluviométrico atinge os 30 ou 40% do que é considerado normal. Com a previsão de um inverno com chuvas abaixo da média para todo o Nordeste em 2010, esta deficiência torna-se ainda mais grave. Durante a seca verde, as plantações ficam vistosas, mas não há produção alguma. As culturas sequeiras, como o milho e o feijão, tornam-se inviáveis dentro deste quadro climático.