terça-feira, 31 de maio de 2011

Senado retira impeachment de Collor da nova galeria


Reinaugurado com pompa pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), o “túnel do tempo” da Casa - como é chamado o corredor que liga o plenário a gabinetes de senadores - traz agora uma decoração que “reescreve” a história da Casa, omitindo fatos e bajulando o próprio Sarney.

Os painéis com os principais momentos da instituição, dos primeiros anos da independência do Brasil até o ano passado, não fazem referência, por exemplo, ao impeachment, em 1992, do então presidente da República e hoje senador Fernando Collor, e nem tampouco à cassação do ex-senador Luiz Estevão (DF), em 2001. As CPIs que marcaram a atuação da Casa também ficaram de fora.

Com relação às propostas de maior relevância aprovadas pelo Senado, foi destacado um projeto de Sarney de 1996 que assegura tratamento gratuito aos portadores de Aids. Foi omitido, porém, o avanço da proposta do então senador Nelson Carneiro (do Rio de Janeiro, falecido em 1996) que, em 1977, instituiu o divórcio no País.

José Sarney é ainda homenageado com a publicação de foto em que ele aparece jurando a Constituição, no lugar do presidente Tancredo Neves, eleitos pelo colégio eleitoral. Para Sarney, o impeachment de seu antigo desafeto e hoje aliado, Fernando Collor, “não é marcante”.